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I
O privilegio

A petição em que Bartholomeu Lourenço de Gusmão requereu a el-rei D. João V para que ninguem, sem sua licença ou de seus herdeiros, podesse usar da machina, que inventara para navegar pelo elemento do ar, foi impressa com o desenho e explicações respectivas no anno de 1774[1]. E d'este papel a trasladaram fielmente Francisco Freire de Carvalho para a sua Memoria[2], pu-

  1. «Petição do Padre Bartholomeu Lourenço, sobre o instrumento que inventou para andar pelo ar, e suas utilidades. Lisboa : na offic. de Simão Thaddeo Ferreira 1774.»
    Aqui e n'outras partes, em que alludimos a este papel, referimos a impressão ao anno de 1774, data que se lê na ultima pagina. Demonstrou porém o sr. Innocencio Francisco da Silva no tomo VII a pag. 13 do «Diccionario Bibliographico» que houve erro, talvez de impressão, e que em logar de 1774 deveria ser provavelmente 1794, anno em que o capitão Lunardi deu em Lisboa o espectaculo da sua ascenção aerostatica. O sr. Innocencio adduziu, como prova concludente do erro, não ter o impressor Simão Thadeo Ferreira typographia em seu nome senão de 1781 em diante.
  2. «Memoria que tem por objecto revindicar para a nação portugueza a gloria da invenção das machinas aerostaticas. Lida na sessão litteraria da Academia real das sciencias de Lisboa de 20 de maio de 1840 pelo seu socio correspondente Francisco Freire de Carvalho. Foi impressa na Historia e Memorias da Academia real das sciencias de Lisboa, 2.° serie, tom. 1.° part. 1., 1843.