— Quando for tempo teu irmão te dirá.
Os guerreiros entraram na cabana, onde estava Iracema. A maviosa canção nesse dia tinha emudecido nos labios da esposa. Ella tecia suspirando a franja da rede materna, mais larga e espessa que a rede do hymeneo.
Poty, que a viu tão ocupada, fallou:
— Quando a sabiá canta é o tempo do amor; quando emmudece, fabrica o ninho para sua prole; é o tempo do trabalho.
— Meu irmão falla como a ran quando annuncia a chuva; mas a sabiá que faz seu ninho, não sabe se dormirá nelle.
A voz de Iracema gemia. Seu olhar buscou o esposo. Martim pensava: as palavras de Iracema passarão por elle, como a brisa pela face lisa da rocha, sem echo nem rumores.
O sol brilhava sempre sobre as praias do mar, e as areias reflectião os raios ardentes; mas nem a luz que vinha do ceo, nem a luz que ia da terra, espancarão a sombra n'alma do christão. Cada vez o crepusculo era maior em sua fronte.
Chegou das margens do Acaraú um guerreiro pytiguara, mandado por Jacaúna a seu irmão Poty. Elle veio seguindo o rasto dos viajantes