estrangeiro respirava ar as golfadas para refrescar-lhe o sangue effervescente, a virgem destilava sua alma como o mel de um favo, nos crebros soluços que lhe estalavão entre os labios trêmulos.
Já partio Cauby para a grande taba; o Pagé traga as baforadas do fumo, que prepara o mysterio do sagrado rito.
Levanta-se no resomno da noite um grito vibrante, que remonta ao céo.
Martim ergue a fronte e inclina o ouvido. Outro clamor semelhante resoa. O guerreiro murmura, que o ouça a virgem e só ella:
— Escutou, Iracema, cantar a gaivota?
— Iracema escutou o grito de uma ave que ella não conhece.
— E' a atyaty, a garça do mar, e tú és a virgem da serra, que nunca desceu as alvas praias onde arrebentão as vagas.
— As praias são dos Pytiguaras, senhores das palmeiras.
Os guerreiros da grande nação que habitava as bordas do mar, se chamavão a si mesmos Pytiguaras, senhores dos valles; mas os Tabajaras, seus ennemigos, por escarneo os apellidavão Potyuaras, comedores de camarão.