DE ANTONIO MENDES DA VEIGA
ao utor.


NOVO Petracha, que outra Laura cantas
    Mais bella, mais honasta,& ſoberana,
    Que aquela de quem ja no lyra vfana
    Ouuio o Sorga mavauilhas tantas.
Com tua frauta paſtoril incantas
    As tubas immortais Grega,& Romana,
    E a cytara tocando mais que humana
    Febo em Teßalia, Orfeo em Tracia eſpantas.
Pois por ti dão tributo ao patrio Tejo.
    O Sorga, o Tybre, o Meles, o Hebro,& o Xãſo
    Não tens que arrecear do tempo os riſcos.
Que da fama o buril com nouo eſpanto
    Por entalhar teu nome, abrindo vejo
    Columnas de criſtal, de ouro obeliſcos.

DE LVIS DE MENDOÇA AO AUTOR
Soneto


CELIO de engenhos Rey cantor de Anfriſo
    Por quem mil glorias luſitania eſpera
    Que fizeſtes aos Anjos primauera
    Dando ameno teatro ao paraiſo.
Com Angelica vox, celeſte aviſo
    Fugir nos enſinais da priſaõ fera
    Onde a alma eſperando deſeſpera,
    E onde o prazer he breue,& falſo o riſo.
E pois com voßas partes taõ diuinas
    O Ceo vos quis fazer hum Anjo humano
    Tambem no doce canto o ficais ſendo.
Viuei, viuei, o Celio ſoberano
    que piramides de ouro peregrinas
    Vos eſta voßa fima prometendo.

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DE