A raça arabe, inquieta, vagabunda e livre, como nenhuma outra familia humana, gostava de espalhar na terra aquelles padrões, mais ou menos sumptuosos, do captiveiro e immobilidade da morte, talvez para avivar mais o sentimento da sua independencia illimitada durante a vida.
No recosto de um teso, elevado no extremo de extensa gandra que subia das margens do Guadamellato para o nordeste, estava assentado um desses cemiterios pertencente á tribu Yemenita dos Beni-Homair. Subindo pelo riu, viam-se alvejar ao longe as pedras das sepulturas como um vasto estendal, e tres unicas palmeiras, plantadas na corôa do outeiro, lhe tinham feito dar o nome de cemiterio de al-tamarah. Transpondo o cabeço para o lado oriental, encontrava-se um desses brincos da natureza, que nem sempre a sciencia sabe explicar: era um cubo de granito de desconforme dimensão, que parecia ter sido posto alli pelos esforços de centenares d’homens, porque nada o prendia ao solo. Do cimo desta especie de atalaia natural descortinavam-se para todos os lados vastos horisontes.
Era um dia á tarde: o sol descia rapidamente, e já as sombras principiavam do lado de léste a empastar a paisagem ao longe em