Sarmento, entrou pela provincia de Entre-Douro-e-Minho com um grosso corpo de gente de pé e de cavallo, emquanto a maior parte do exercito portuguez trabalhava ou por defender ou por descercar Lishoa. Prendendo, matando e saqueando, veiu o Adiantado até as immediações de Barcellos sem achar quem lhe atalhasse o passo; aqui, porém, saíu-lhe ao encontro D. Henrique Manuel, conde de Cêa, e tio d’elrei D. Fernando, com a gente que pôde ajunctar. Foi terrivel o conflicto; mas por fim foram desbaratados os portuguezes, cahindo alguns nas mãos dos castelhanos.
Entre os prisioneiros contava-se o alcaide-mór do castello de Faria, Nuno Gonçalves. Saíra este com alguns soldados para soccorrer o conde de Cêa, vindo assim a ser companheiro na commum desgraça. Captivo, o valoroso alcaide pensava em como salvaria o castello d’elrei seu senhor das mãos dos inimigos. Governava-o em sua ausencia um seu filho; e era de crer que, vendo o pae em ferros, de bom grado désse a fortaleza para o libertar, muito mais quando os meios de defensão escaceavam. Estas considerações suggeriram um ardil a Nuno Gonçalves. Pediu ao Adiantado que o mandasse conduzir ao pé dos muros do castello; porque elle com suas exhortações faria com que