sejas tu no inferno, como Judas o traidor, na hora em que os que me cercam entrarem nesse castello, sem tropeçarem no teu cadaver.”
“Morra!—gritou o almocadem castelhano—morra o que nos atraiçoou.”—E Nuno Gonçalves cahiu no chão atravessado de muitas espadas e lanças.
“Defende-te, alcaide!”—foram as ultimas palavras que elle murmurou.
Gonçalo Nunes corria como louco ao redor da barbacan, clamando vingança. Uma nuvem de frechas partiu do alto dos muros: grande porção dos assassinos de Nuno Gonçalves misturaram o próprio sangue com o sangue do homem leal ao seu juramento.
Os castelhanos accommetteram o castello: no primeiro dia de combate o terreiro da barbacan ficou alastrado de cadaveres tisnados, e de colmos e ramos reduzidos a cinzas. Um soldado de Pedro Rodriguez Sarmento tinha sacudido com a ponta da sua longa chuça um colmeiro incendiado para dentro da cerca: o vento suão soprava nesse dia com violencia; e dentro em pouco os habitantes da povoação, que haviam buscado o amparo do castello, pereceram junctamente com as suas frageis moradas.
Mas Gonçalo Nunes lembrava-se da maldicção