Uma das innumeraveis questões, que, em nosso entender, eternamente ficarão por decidir, é a que versa sobre qual dos dous dictados—voz do povo é voz de Deus—ou—voz do povo é voz do diabo—seja o que exprima a verdade. É indubitavel que o povo tem uma especie de presciencia innata, d’instincto divinatorio. Quantas vezes, sem que se saiba como ou porque, corre voz entre o povo, que tal navio saído do porto, tão rico de mercadorias como de esperanças, se perdeu em tal dia e a tal hora em praias estranhas. Passa o tempo, e a voz popular renlisa-se com exacção espantosa.