pintados no tecto, surdirão pelo portal da velha igreja remoçada d’ochre, e virão embalsamar os ares: inclinae, não as orelhas, que não as tereis, mas os ouvidos em osso, e escutae o futuro padre prior alevantando o Gloria, e o prégador—­“ai! já não será um fradalhão arrabido!...”—­contando, voz em grita, as maravilhas do martyr. Então reconhecereis a vaidade das vossas doutrinas, e morder-vos-heis e damnar-vos-heis, dizendo com as vossas costellas esbrugadas, á falta de botões:—­“Bem nos prégava aquelle grande chronista do padre prior! Aquillo é que era homem de juizo! Miserere mei, Deus, quia asinificavimus! Compadece-te de nós, Senhor, porque asneámos!”

Agora por asnear, acudamos a um reparo antes de ir mais longe. Já ouço um destes oragos de botequim (tambem aquelles templos tem seus oragos); um destes eruditos em Balzac e Marryat, em Paul de Kock e Dickens, sacudir a melena annelada, affastar da bôca o charuto apertado entre o pae-de-todos e o fura-bolos, salivar com os dentes cerrados, dando um som de espirro de gato, tomar a postura solemne que estudou n’uma gravura em madeira do Antony de Dumas, e dizer-me em tom pausado e soturno:—­Oh malfeliz, malfeliz! que em vez de empregares esses raios do fogo ceruleo e invisivel