Quando encherem as bochechas das suas velhas liberdades (do tempo de Ricardo III, de Henrique VIII, de Isabel, de Cromwell e de Carlos II), das suas leis de propriedade em particular, e da clareza, simplicidade, e rectidão de todas as suas leis em geral, e nos atirarem á cara o absolutismo dos nossos antigos monarchas, a bruteza da nossa ordenação, a intolerancia dos inquisidores, trinta risadas. Quando, emfim, nos offerecerem em escambo das nossas crenças, dos nossos costumes religiosos, os seus costumes e a sua crença, que esborôa ha mais de dous seculos em quatrocentas crençasinhas, com seus nomes muito arrevesadinhos, quatrocentas risadas ou antes uma risada só, mas retumbante, macissa, inextinguivel, como aquellas famosas gargalhadas dos deuses de Homero. O caso é d’isso! Se caíssemos na troca ficavamos logrados. Traziam-nos de involta na carregação dos sermões domingueiros os dizimos e as bruxas, de que ha muito estamos livres pela misericordia divina, e que são os dous maiores flagellos da Inglaterra, depois da lei dos cereaes e dos arrendamentos das terras, que ahi alugam, até por semana, a dez milhões de esfaimados quatrocentos mil proprietarios gordos e anafados.