Indubitavelmente o primeiro. Bellamente. Venhamos agora á hypothese. O matrimonio é de sua natureza resfriativo: a paixão mais violenta acalma, entibia-se, entisica, e morre com o tracto domestico; e feliz se póde chamar a união em que a amizade e a estima vem substituir os sonhos e os delirios de um amor já saciado. Ha, todavia, um periodo em que, apesar de satisfeito, elle resiste ainda: é durante o lento desabar das illusões, que vão cahindo peça a peça. Nesse periodo ainda aos casados cabe o nome poetico de amantes: depois é que se chamam a cousa mais prosaica e positiva que se conhece no mundo; chamam-se marido e mulher. Esta epocha transitoria tem a sua formula diversa segundo as diversas linguas. Exprime-a em francez a phrase lua de mel: o portuguez diz anno de noivos. É claro que em Portugal resiste o amor ao matrimonio doze vezes mais que em França. Lá um mez; cá um anno. Fiquem as raparigas de aviso: nada de amores com estrangeiros. Se em França n’um mez colhem todo o fructo da victoria, que será por essas terras de Christo mais geladas e nevoentas? Eu, por mim, façam lá o que quizerem. Lavo d’ahi minhas mãos.
Bernardina, essa é que a dera em cheio casando com o Manuel da Ventosa. Aos quatro