como para as familias. Uma crise basta para perder o Reino-Unido, e esta crise é facil n’um corpo moral cuja physiologia é monstruosa e antinomica. A Gran-Bretanha deve saber que os ecchos do continente repetem de contínuo a grande voz do povo, que, em mais de um paiz, murmura aquelle terrivel verso do poeta italiano:


Siam’servi, si:—­ma servi ognor frementi!

Ninguem como os inglezes tem o instincto da vida politica. N’uns este instincto é ajudado pelo raciocinio, n’outros pelo orgulho nacional. A Inglaterra desejára tirar á França as influencias intellectuaes: para isso fôra necessario generalisar a propria lingua. Ahi é que bate o impossivel. Entretanto o inglez vae falando inglez na terra e nos mares, quer o entendam, quer não, e só em casos desesperados recorre a algum idioma estranho, não sem o torcer, estafar e mutilar, com toda a barbaridade de um verdadeiro Kimhri. É uma teima perpetua entre a Europa e a Gran-Bretanha:


“O mundo a porfiar que os bretões grunhem;
E os bretões a teimar que o mundo mente”

Aquelle caso de Mr. Graham fôra mais um capitulo desta polemica eterna.