penedos, e pelo qual os negros, no caso de serem sorprehendidos, poderião salvar-se com toda segurança, deixando em assombro seus aggressores.

No meio da parte exterior do rancho, sentado em um giráo, perto do qual ardia um pequeno fogo, estava Zambi Cassange, embrulhado em sua tipoia, aspirando tranquilamente baforadas de pango pelo comprido canudo de seu cachimbo de barro. Conversava com dous quilombólas, que eram os seos ajudantes, e que acocorados junto ao fogo, de vez em quando lhe ateavão o cachimbo. Era o Zumbi um negro colossal e vigoroso, cuja figura sinistra e hedionda se refletia ao clarão do fogo, com as faces retalhadas, beiços vermelhos, e dentes alvos e agudos como os da onça; mas os nariz acentuado curvo, e a vasta testa inclinada para trás revelavão um espirito dotado de muito tino e perspicacia, e de extraordinaria energia e resolução.

— Licença, Zambi Cassange! bradou uma voz de fóra do rancho.

— Póde entrar, pae Simão.

Pae Simão entrou conduzindo o seu protegido, o cabra Matheus, que vinha pedir para ser admittido no quilombo.

— O que é que pae Simão quer comigo a esta