II
LIZIA POETICA.

podemos deixar de concordar que o jornalismo litterario, é, de todas as formas escriptas, aquella que menos medra n’aquelle paiz. Entretanto não deixamos de confessar que em Portugal ha homens aliás de muito engenho e zelo pelas lettras; porém não souberam ou nao quizeram aproveitar a quadra de enthusiasmo para poderem crear o gosto; deixaram essa missão entregue a especuladores ávidos, e sem instrucção, que quasi tornaram esteril a arvore, que podia enriquecer-se, e dar fructos.

Houve fraqueza imperdoavel n’esta indifferença: os homens de talento deviam saber collocar-se no seu logar, e expulsar os vendilhões do templo. Cumpria-lhes incessantemente affastar os insolentes, que queriam usurpar para si o sceptro, que só pertence á intelligencia, e á illustração litteraria.

Este desleixo comprometteu seriamente os interesses de muitos jovens; porque o povo vendo que se abusava da sua paciencia, poz-se em reacção aberta com o jornalismo; e moços de grandes esperanças, acharam-se privados de poderem