seus bocejos e as suas mais repulsivas expansões do corpo. É como se não estivessem juntos; cada qual, sem poder fugir à indefectível necessidade do isolamento — pois que todo o homem precisa de horas de solidão, como precisa de horas de sono, de horas de trabalho e de horas de convivência e prazer — e, não podendo evitar nos seus lazeres a presença do companheiro, abstrai-o do espírito, e acaba por ficar só, inteiramente só, ao lado dele.
E se um dos dois adoece gravemente, fica o outro a servir-lhe de enfermeiro, a mudar-lhe as roupas enxovalhadas, a aplicar-lhe vesicatórios, a dar-lhe purgantes e a ajudá-lo em todos os mais íntimos misteres.
Mas onde está, que fim levou, aquele airoso dançador de valsas, aquele gentil mancebo, que não seria capaz de exibir-se a ninguém, e muito menos à noiva, senão depois de caprichosamente apurado na roupa, no cabelo, nos dentes e nas unhas? aquele irresistível galanteador, que dizia coisas tão finas e que fazia versos tão lindos, e trescalava a sândalo ou cananga-do-japão? E onde está aquela mocinha vaporosa, que era toda graça,