— E como me provará o senhor que é um homem de honra, para que sua palavra me sirva de garantia?
— Pode V. Ex.ª indagar a meu respeito de todas as pessoas que me conhecem. Até hoje tenho sido um homem honrado: nunca faltei à minha palavra, nem cometi ação que pudesse desdourar o meu caráter...
— E como garantir a sua palavra?
— Posso assinar um documento, um título de honra. Aceito as condições que V. Ex.ª exigir...
— Pois então o senhor assinará uma declaração, formal e precisa, dirigida à polícia, dizendo que a ninguém devem atribuir a autoria da sua morte, porque foi o senhor mesmo quem pôs termo aos seus dias. E empenhará comigo a sua palavra de honra em como a ninguém revelará a existência desse documento; documento que será reformado de três em três meses. Aceita?
— E é esse o sacrifício que V. Ex.ª exige de mim?... perguntou Leandro, a sorrir.
— Não, respondi eu, muito séria — isso é apenas a garantia da sua palavra e da minha impunidade, caso tenha eu algum dia de eliminá-lo