repugnasse a idéia do primeiro contato com um homem; não que tanto me apavorasse o segredo nupcial; mas porque não caminhara até ali arrebatada pelas garras do meu desejo; arrastada pelos impulsos do meu sexo, e porque tudo aquilo grosseiramente desrespeitava o meu direito de vontade, rebaixava o meu caráter e ofendia o meu pudor.

A minha noite de núpcias foi, pois, uma noite de sacrifícios, nem só para mim, como sem dúvida para meu marido. Não lhe compensara, decerto, tamanho constrangimento o complicado prazer, que porventura lhe proporcionou o nosso primeiro contato, no formal desempenho daquele grosseiro enlace.

Não tive o menor gozo; tudo me fez sofrer, sofrer deveras; não só no moral, como fisicamente, e muito. Sofri e padeci, porque, na preocupação sobressaltada de esperar aquela noite, e no constrangimento e no choque daquele primeiro encontro, assim tão cerimonioso, tão previsto e tão festejado, meu corpo, sem atingir o necessário grau de apetite sexual, privou-se da indispensável e benéfica