pela dor, morde a mão do médico que o opera. Pois me mordesse! que me mordesse quando quisesse! contanto que aquela mesma boca, que me mordia a mão, continuasse no futuro a beijar com duplicado ardor a boca de minha filha!

Não me agastei, nem me senti menos feliz por isso.

A natureza é boa amiga! Como sabe ela dar a todas as estações da existência novos interesses de vida! novas dores e novos prazeres! Nunca pensei que fosse tão intensa a felicidade de ser avó!...

À proporção todavia que se aproximava o grande acontecimento, comecei a palpitar de impaciência e sobressalto. Desfazia-me em pequenos cuidados com a enferma; afigurava-se-me que era eu a única responsável pelo que viesse a suceder; sentia-me tão dentro daquela situação, que era como se eu fosse o pai e tivesse de ser mãe daquele filho! Talvez não acreditem, mas juro que me impressionei ainda mais do que quando eu própria estive para dar à luz pela primeira vez!