torno do seu aniquilamento. Um colega de César, que com este lhe acompanhara a moléstia, sacudia os ombros desanimado, pronto já para sair.
E ali, dentro daquele quarto, defronte dos nossos olhos, uma vida apagou-se, deixando vazia e fria a quebradiça lâmpada de argila. Ninguém dava palavra, e todos, em volta, contemplavam o cadáver, como, se a força de fitá-lo, procurassem compreender, alguma coisa daquele fato tão comum e sempre tão extraordinário e tão comovedor.
Eu já não rezava, fitava-o também, como os outros, pensando nesse misterioso destino de todos nós. E lembrei-me de meu neto, que, com o mesmo mistério daquela retirada, havia pouco antes entrado na vida. Um a chegar e outro a sair!... Donde baixava ele?... e ela, para onde descia?... De que vívido manancial e para que fundo e soturno depósito — vinham e iam essas pobres almas, que vemos passar ruidosamente no cenário da existência, entrando e saindo pelos bastidores de treva?... O que haveria lá dentro, na misteriosa caixa desse teatro, onde talvez não repercuta uma só gargalhada ou um único