muito fora da moda; deve, enfim, nisto, como em tudo absolutamente, escolher sempre o meio termo, o regular, o médio, porque a mediocridade deve ser o seu nível. Razão esta para que evite, escrupulosamente, aperfeiçoar-se em qualquer ramo de conhecimento científico ou artístico, que da perfeição pode, mesmo sem querer, cair no sucesso e aplauso público o que lhe não convém de modo algum, por ser escandaloso. Todo o sucesso é um escândalo, e o bom marido deve temer o escândalo antes de tudo.

E mais: o bom marido deve recolher-se à casa sempre cedo; não sair para o passeio ou para o teatro sem levar a família; evitar a convivência mundana com todo o indivíduo que for popular e apontado a dedo. Não lhe convém igualmente, e nem por sombra, a menor relação de amizade com agitadores de idéias e com os artistas reformadores. O seu círculo, além da família, só pode estender-se um bocadinho às circunspectas classes conservadoras; o seu nome não deve figurar nunca senão em listas oficiais e graves. O bom marido deve ser, nos seus atos e nas suas funções, inalterável como uma pêndula: — Da casa para o trabalho