Sentia-me ansiosa para lhe mostrar, para lhe provar, quanto eu era meiga, pura, casta; para lhe provar quanto e quanto o amava; para lhe mostrar por palavras, e por atos, e por ações de todo o instante, e por toda, toda a vida, tudo aquilo que eu sentia e que até aí não me permitiria o pudor que lhe dissesse ou demonstrasse.
Oh! Que loucura apressar essa época feliz!
E amei-o, amei-o com todo o entusiasmo de minha alma desejando-o mais e mais de dia para dia, vendo nele o melhor, o mais perfeito dos homens, o único digno de ser amado, o único que eu amaria sempre.
E quanto é belo o amor de uma virgem! Quanto ele é mais forte, mais sincero e mais corajoso que o primeiro amor do homem! O adolescente só vê o seu primeiro sonho de amor através do prisma da poesia; todo o homem é poeta nos arroubos da puberdade: não deseja possuir a mulher que ama, quer ao contrário divinizá-la, fazer dela um ídolo sagrado, diante do qual se ajoelhe compungido e contrito,