todo o seu corpo imaculado. E goza em sentir-se pronta a dar esse mimoso corpo todo inteiro, ao carnal despotismo do seu amante; goza em senti-lo ameaçado pelas mãos sensuais que se estendem avidamente para ele; goza em abandoná-lo, vencida, e deixá-lo invadir, rasgar, e deixá-lo alterar todo transformando-o de um corpo de virgem em um corpo de mulher.
Ela prevê que o homem não se modificará fisicamente com o novo estado que começa no leito nupcial; ele era já um homem e continua a ser um homem como dantes. E ela? ela vai transformar-se toda, invadida pelo amor até às estranhas; ela sabe já que os seus delicados pomos virginais avultarão, adquirindo novas curvas; que os seus estreitos quadris de donzela ganharão voluptuosas protuberâncias; que o seu fino pescoço de criança vai carnear-se, formando uma garganta cheia de ondulações misteriosas e sedutoras, um branco e tépido ninho para os beijos dele; e que seus olhos se rasgarão, banhados de novos fluidos de volúpia, e que seus olhares serão outros e outros os seus sorrisos, depois do amor consumado; e que seu ventre enfim vai ser consagrado pela