Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/167

Não disseram uma palavra sequer o rapaz nem a rapariga.

O padre, porém, conheceu que as suas palavras tinham tido o efeito que ele calculara.

— Não se vexem com isto - tornou. Pensem no futuro que lhes ofereço, e que Deus há de abençoar. Amanhã a esta hora e neste lugar dar-me-ão a resposta.

E retirou-se, deixando Cipriano e Bernardina no trabalho de ordenhar as vacas.

Tanto que o padre Antonio deu o andar, Bernardina disse, à meia voz:

— Não pensei que seu João Mates me chamava para me fazer esta entrega.

Cipriano acudiu logo:

— Para que você diz isto, sinhá Bernardina? Ele nos quer bem. Se não quisesse, ele não propunha este negócio.

— Mas ele sabe se eu quero casar com você?

— Ele não sabe, nem eu sei. Mas a intenção é tão boa para você como para mim. Lá a você não querer casar comigo, é outro caso.

— Pois eu não quero casar com você, não, seu Cipriano, disse Bernardina com disfarce.

Cipriano não respondeu.

E porque tinham acabado o serviço, cada um se encaminhou para a casa com sua panela cheia de leite.

Logo depois, encontrando-se o vaqueiro com