Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/176

sem o fazer subir às faces das donzelas e das damas honradas.

— Que quer dizer com isto, "seu" padre? inquiriu o rapaz, inquieto e como espantado.

— Bernardina casará dentro de algum tempo com Cipriano.

— Bernardina! exclamou Lourenço violentamente, como se lhe tivesse caído junto um raio. Pois Bernardina vai casar-se?

— Não te comovas tanto, meu filho. Condoendo-me da infeliz rapariga, procurei-lhe essa união, que Deus há de abençoar.

— E foi vosmecê "seu" padre, quem lhe arranjou este casamento?

— De que te admiras? Cuidei que esta notícia em vez de te causar escândalo, fosse origem de muita satisfação para ti. Cipriano tem uma parte nestas terras, e tantas cabeças de gado quantas forem bastante para situar, ao lado desta, outra fazenda. Pareceu-me Lourenço, que nenhum outro partido tão favorável se poderia oferecer a essa menina, de quem a sorte tem feito joguete.

— E Bernardina, "seu" padre, e Bernardina casa-se por gosto?

— E por que não há de casar por gosto? Em que parte acharia ela tão bom marido? Em Goiana, onde conheceu seu infortúnio, e onde não pisará sem