Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/303

parece que está muda. Se não diz que posso vir, não venho.

— Minha mãe já não disse que você podia vir? O que ela disse é o que é.

— Então, até domingo.

— Até domingo. Olhe. O caminho é por ali, e a casa é aquela - ponderou a viúva do Vitorino, apontando, por ver que o rapaz se resolvia a partir.

No dia seguinte amanheceu Marianinha tratando dos preparativos para a esperada recepção.

A casa era de barro, coberta com palhas. Tinha pertencido a um morador que, por desgostos com a senhora daquelas terras, se passara para outras. Estava ainda muito bem conservada e ficava em boa situação. Do lado direito vinham morrer-lhe no oitão uns canaviais; pela esquerda e pelos fundos tinha a várzea; pela frente passava o caminho que levava a Goiana; Entre a casa e o caminho havia um araçazal mais basto do que se via na zona intermédia entre aquela e a mata.

Marianinha cortou com o facão alguns matos que fechavam o caminho, decotou umas goiabeiras ramalhudas que tiravam a vista do alpendre, limpou à enxada a frente, a fim de tornar mais espaçoso e alegre o pátio. De tarde mostrava-se graciosa e faceira. Remoçara com o asseio, e estava como sorrindo aos hóspedes ainda ausentes.