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— Lourenço morreu para mim de uma vez. Seja de quem quiser, menos meu; nem eu serei dele. Lourenço acabou-se para mim, como homem a quem eu queria bem.

Com Lourenço dera-se o contrário. Aparecendo-lhe acrescentada de beleza e graça, quando ele tinha a alma devastada e árida, a gentil rapariga deu-lhe frescura e vigor. A sua imagem restituiu-lhe o amor à vida. Dissuadido do enganoso sonho, sentiu-se voltar todo, como o girassol, para aquele astro que se lhe deparou no horizonte brusco. Marianinha era meiga e boa, era extremosa e dedicada, era paciente e cândida. Ele conhecia as suas superiores qualidades raras numa menina, adoráveis numa esposa. Onde acharia mulher mais digna dele? Nenhuma conhecia que se comparasse com ela na ternura, na modéstia, no afeto, e poucas poderiam ser rivais nos seus encantos.

Aceso em desejos, anelou pelo domingo. Tinha tomado também a sua resolução. Na mesa, por ocasião do almoço ou do jantar, recordaria a passada promessa, e designaria dia para o casamento.

No domingo aprazado, ainda com escuro, bateram à porta da casa da várzea. Marianinha e Joaquina puseram-se imediatamente de pé, julgando serem as visitas. Era um negro que Lourenço mandara adiante com um carneiro que devia ser sacrificado nas aras da