que fazeis, que não pegais já da pena para o convidardes a vir colocar-se ente nós, ser o nosso general, levantar conosco o pendão da liberdade do meio destas solidões, que por si só aterram a tirania?
Nas palavras do capitão havia o que quer que era de majestoso e patético. O sentimento nacional subira-lhe até os lábios, e dali se derramava, comunicando a todos que o escutavam, os tons desta paixão excelsa.
— Não creio que D. Manoel aceite esta posição; ele não viu a luz do Brasil. Mas, não obstante, escrever-lhe-ei. Tendes portador seguro para lhe levar a carta?
— Quanto a isto não vos inquieteis - respondeu Falcão d'Eça.
Então o padre, tirando de uma maleta um frasco com tinta, uma pena e papel escreveu sobre um tronco derrubado, a carta seguinte:
Revmo. Senhor.
Do seio destas matas, refúgio franco e largo contra a tirania, sou obrigado a enviar a V. Revma., nestas regras escritas sobre tosco madeiro, a súplica de pernambucanos êxules e perseguidos.
Revmo. Senhor: ninguém melhor do que V. Revma. pode ajuizar das nossas desgraças, porque delas tem sido, como nós, ilustre vítima.
As armas, as algemas, as injúrias ainda não cessaram contra nós o seu odioso ofício. Nossos inimigos não escolhem meios de aniquilar-nos.