— Não a encontrará mais!
De fato no outro dia não encontrei a Jesuína. Lúcia estava só; todos os obstáculos e contrariedades que sofria depois de duas semanas, me tinham irritado creio Que fui até violento e grosseiro; mas debalde. A resistência era tenaz e friamente calculada. Um momento. enquanto se debatia nos meus braços, o egoísmo cruel que às vezes faz do homem uma fera, e lhe dá instintos carniceiros, levou-me a dizer-lhe com escárnio:
— É a recomendação do médico ? Tens medo de adoecer!
— Se fosse isso! Ainda quando soubesse que morreria nos seus braços... Que morte mais doce podia eu desejar. Não; não é esse o motivo. Não houve tal recomendação, nem aqui veio medico. Repugna-me enganá-lo tudo foi uma mentira daquela mulher.
— Não estiveste doente? perguntei admirado.
Tive uma ligeira indisposição. Naquele dia em que saí, andei muito e apanhei bastante sol; quando voltei. tinha dores de cabeça horríveis. O senhor chegou. .. E naquele momento cuidei que ia ter uma vertigem. Mas passou.
E a que veio a história daquela velha?
Lúcia perturbou-se e a custo balbuciou esta explicação:
— Chamei esta mulher para junto de mim porque tinha medo de estar só com o senhor.
— Ah!
— Ela inventou a mentira, de que eu não gostei; mas não tive animo de desenganá-lo!
— E por que receias estar só comigo, Lúcia?
Ela hesitou; por fim prorrompeu-lhe a voz do seio arquejante:
— Porque não posso fazer-lhe a vontade... Não! Sofro horrivelmente!