JORGE - Talvez algum embaraço... Sim! Isto não depende de nós... Pode acontecer a qualquer... De repente precisamos de algum... dinheiro...
GOMES - Sr. Jorge! Não vim pedir-lhe dinheiro emprestado! Não é meu costume.
JORGE - Perdão, Sr. Gomes! Não tive intenção de ofendê-lo. Estimo-o e respeito-o muito...
GOMES - Faço justiça às suas intenções... Mas creia... Se me visse reduzido a essas circunstâncias preferiria morrer de fome a tirar esmolas.
JORGE - A palavra é dura! Recorrer a um amigo não é mendigar.
GOMES - Não; mas pedir quando não se pode e não se espera pagar... é mais que mendigar.... É abusar da confiança; é roubar. Bem vê que não seria capaz.
JORGE - Mas o Sr. Gomes não está nessas circunstâncias.
GOMES - Não devo tomar-lhe o tempo com os meus negócios. O objeto sobre que desejava falar-lhe... é muito diferente.
JORGE - Pois eu o escuto.
GOMES - Não! Preciso refletir ainda.