JORGE - Nem imaginas quanto me custa!... Há muito tempo não tenho uma tão grande satisfação como a que senti hoje dando-te a liberdade, Joana! Nunca o dinheiro ganho pelo trabalho honesto me inspirou tão nobre e tão justo orgulho!... E destruir agora a minha obra!... Ah! Elisa não sabe que fel me fazer tragar as suas lágrimas!
JOANA - Está bom, nhonhô, não esteja triste!'... Tudo vai se arranjar... daqui a uma semana, se tanto, que festa não há de haver nesta casa!
JORGE - Se eu já tiver restituído o que hoje confias de mim com tanta generosidade. Antes disso juro que não gastarei senão o que for absolutamente necessário para viver.
JOANA - E por que agora nhonhô há de se privar do que precisar?
JORGE - O devedor que assim não procede, rouba ao seu credor. E se houve dívida sagrada no mundo é esta que vou contrair contigo.
JOANA - Não, vejo nada de maior.
JORGE - Aumentas o sacrifício, diminuindo-lhe o valor.
JOANA - Nhonhô hoje não está bom, não! Tão cheio de partes!...
JORGE - Será o doutor?