versos; mas em suma, venham eles e cantem alguma coisa nova, — essa justiça, por exemplo, que oxalá desminta algum dia o conceito de Pascal. Mas entre uma aspiração social e um conceito estético vai diferença; o que se precisa é uma definição estética.
Achá-la-emos no prefácio que o Sr. Sílvio Romero pôs aos seus Cantos do Fim do Século?
Os que têm procurado dar nova direção à arte, — diz ele — não se achar de acordo. A bandeira de uns é a revolução, de outros o Positivismo; o Socialismo e o Romantismo transformado têm os seus adeptos. São doutrinas que se exageram, ao lado da metafísica idealista. Nada disto é verdade.
Não se contendo em apontar a divergência, o Sr. Sílvio Romero examina uma por uma as bandeiras hasteadas, e prontamente as derruba; nenhuma pode satisfazer as aspirações novas. A revolução foi parca de idéias, o Positivismo está acabado como sistema, o Socialismo não tem sequer o sentido altamente filosófico do Positivismo o Romantismo transformado é uma fórmula vã, finalmente o idealismo metafísico equivale aos sonhos de um histérico; eis aí o extrato de três páginas. Convém acrescentar que este autor, ao invés do, outros, ressalva com boas palavras o lirismo, confundido geralmente