Noite de Verão", "Desalento" e "Eu" sobre a "Voz Profética" e os "Fantasmas do Porvir". Pode ser que haja um quê de artificial no "Desalento"; mas o verso sai mais natural, a expressão é mais idônea: é ele outro. E por que será artificial aquela página? O Sr. Múcio Teixeira tem às vezes a expressão da sinceridade; devem ser sinceros estes versos, aliás um pouco vulgares, com que fecha a dedicatória das Sombras e Clarões:



Se ainda não descri de tudo neste mundo
Eu — que o cálix do fel sorvi até o fundo,
Chorando no silêncio, e rindo à multidão;

É que encontrei em vós as bênçãos e os carinhos
Que a infância tem no lar, e as aves têm nos ninhos...
Amigo de meus pais! eu beijo a vossa mão.


Não custa muito fazer versos assim, naturais, verdadeiros, em que a expressão corresponde à idéia, e a idéia é límpida. Estou certo de que as qualidades boas do poeta dominarão muito no novo livro creio também que ele empregará melhor a facilidade, que é um do seus dotes, e corresponderá cabalmente às esperanças que suas estréias legitimamente despertam. Se algum conselho lhe pode insinua a crítica é que dê costas ao passado.