li-o, e reli-o, e não sei bem se era a necessidade de o apreciar, se o encanto da obra. que me demorava os olhos em cada página do volume.
O poeta explica o dramaturgo. Reaparecem no drama as qualidades do verso; as metáforas enchem o período; sente-se de quando em quando o arrojo da ode. Sófocles pede as asas a Pindaro. Parece ao poeta que o tablado é pequeno; rompe o céu de lona e arroja-se ao espaço livre e azul.
Esta exuberância, que V. Ex.ª. com justa razão atribui à idade, concordo que o poeta há de reprimi-la com os anos. Então conseguirá separar completamente língua lírica da língua dramática; e do muito que devemos esperar temos prova e fiança no que nos dá hoje.
Estreando no teatro com um assunto histórico, e assunto de uma revolução infeliz. o Sr. Castro Alves consultou a índole do seu gênio poético. Precisava de figuras que o tempo houvesse consagrado; as da Inconfidência tinham além disso a auréola do martírio. Que melhor assunto para excitar a piedade? A tentativa abortada de uma revolução, que tinha por fim consagrar a nossa independência, merece e do Brasil de hoje aquela veneração que as raças livres devem aos seus Espartanos. O insucesso fê-los criminosos; a vitória tê-los-ia feito Washington.