ELISA - Para que seguia quem passava quieta pela rua? Supunha abrandá-la com as suas mágoas?
VENÂNCIO - Acompanhei-a, não para abrandá-la, mas para servi-la; viver do rasto de seus pés, das migalhas dos seus olhares; apontar-lhe os regos a saltar, apanhar-lhe o leque quando caísse... (Cai o leque a Elisa. Venâncio Alves apressa-se a apanha-o e entrega-lho). Finalmente...
ELISA - Finalmente... fazer profissão de presumido!
VENÂNCIO - Acredita deveras que o seja?
ELISA - Parece.
VENÂNCIO - Pareço, mas não sou. Presumido seria se eu exigisse a atenção exclusiva da fada da noite. Não quero! Basta-me ter coração para amá-la, é a minha maior ventura!
ELISA - A que pode levá-lo esse amor? Mais vale sufocar no coração a chama nascente do que condená-la a arder em vão.
VENÂNCIO - Não; é uma fatalidade! Arder e renascer, como a fênix, suplício eterno, mas amor eterno também.