Maanape gostava muito de café e Jiguê muito de dormir. Macunaíma queria erguer um papiri pros três morarem porém jamais que papiri se acabava. Os puxirões goravam sempre porque Jiguê passava o dia dormindo e Maanape bebendo café. O herói teve raiva. Pegou numa colher, virou-a num bichinho e falou:
— Agora você fica sovertida no pó de café. Quando mano Maanape vier beber, morda a língua dele!
Então pegando num cabeceiro de algodão, virou-o numa tatorana branca e falou:
— Agora você fica sovertida na maqueira. Quando mano Jiguê vier dormir, chupe o sangue dele!
Maanape já vinha entrando na pensão pra beber café outra vez. O bichinho picou a língua dele.
— Ai! Maanape fez.
Macunaíma bem sonso falou:
— Está doendo, mano? Quando bichinho me pica não dói não.
Maanape teve raiva. Atirou o bichinho muito pra longe falando: