Página:Manuel da Maya e os engenheiros militares portugueses no Terremoto de 1755.pdf/20

capital, de commum accordo com os officiaes de Infantaria com exercicio de Engenheiros, destinados para esta deligencia, fizessem logo, e sem perda de tempo, cada qual delles uma exacta discripção do respectivo bairro de que se achava encarregado, declarando-se nella distincta e separadamente a largura e comprimento de cada uma das praças, ruas, beccos e edificios publicos, que nelle se continham; e cada uma das propriedades particulares que existiam nas sobreditas ruas, praças e beccos, com a especificação da frente e do fundo que a ellas pertencia, comprehendendo nessa medição os quintaes, onde os houvesse, com as elevações ou alturas de casa uma das propriedades, e com especificação das paredes que fossem ou proprias de cada edificio, ou commum a ambos os dois visinhos confrontantes».

Assim se conseguiu evitar as reclamações e pleitos que decerto depois levantariam os proprietarios com respeito aos limites das suas propriedades, sem que houvesse maneira de saber se as baseavam na verdade.

Por Aviso de 11 de dezembro de 1755 foi ordenado ao Engenheiro-mor Manuel da Maya que «chamando á sua presença os officiaes de Infantaria com exercicio de engenheiros, que lhe parecessem mais habeis e expreditos, os mandasse passar os liveis necessarios para se conhecer e calcular com clareza os declivios que ha dos Mosteiros da Boa Hora, do da Annunciada, do de Corpos Christi, da Igreja da Magdalena, e S. Sebastião da Padaria, até ás cortinas do Terreiro do Paço e da Ribeira»; tinha isto por fim acommodar os entulhos em logares mais baixos.

Por Aviso de 22 do mesmo mês e anno foi ordenado a Manuel da Maya que «na conformidade das reaes ordens fizesse apalpar e abalizar pelos