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XI


MARÁNOS, A SAUDADE E DOM QUIXOTE




E já chovia em bátegas pesadas;
E o vento forte em turbilhões de som
Galgava outeiros, montes e quebradas,
Possesso do Clamor e do Murmurio...


E Marános mais triste e pensativo
(Porque o pensar é triste mesmo quando
É alegre o pensamento) ouviu lá fóra
Uma voz que era humana, praguejando...
Vaga palavra errante, sem sentido,
Arrastada nos doidos borborinhos!
Verbo que andava tragico e perdido
No labyrintho esphingico da Noite...
E a Saudade, pegando na candeia,
Anciosa e medrosa, abriu a porta;
E logo deu de cara com o triste
E palido perfil da noite morta!
E em voz alta, exclamou: «Quem anda ahi,
Perdido pela Serra?»


 E de repente,
D'entre as trevas surgiu ante os seus olhos

Um Vulto que lhe disse, tristemente: