XVI O NASCIMENTO Ahi vem a Estrela, ahi vem sobre a Montanha, Rompendo a sombra etérea do crepúsculo! A Paisagem tornou-se mais estranha, Mais cheia de silencio e de mysterio . . . Dormem ainda as arvores e os homens ; E nem sequer acorda a cotovia Que, se ergue já seu canto, é porque sonha E julga vôr, sonhando, a luz do dia. E pelos negros píncaros, a Estrela É divino sorriso alumiante . . . Como é tão bela, olhae! como é tão bela! É lyrio de oiro aberto! é rosa a arder! Ahi vem a Estrela, ahi vem sobre a Montanha! Tão virginal, tão nova, que parece Sair das mãos de Deus a vez primeira! E como sobre os montes resplandece ! O sol persegue-a, sim; já no Levante Vagamente se espalha a sua luz . . . E a Penumbra não sabe, ainda hesitante, Se acaso ha de ficar, se ha de partir!
Ahi vem a Estrela alumiando a Serra !