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Sentiu arrefecer nas suas veias
Esse vermelho sangue primitivo
Que outr'ora florescia o corpo humano.
Era uma arvore morta projectando
Sombra viva de espirito e de amor,
Erguida sobre a terra, á luz da Lua...
E era esta sombra o vulto de Eleonor.


E palido e cansado da emoção
Que a aparecida Imagem lhe causou,
Encostou-se a um rochedo que um antigo
E tragico diluvio ali pousou.
E doce, intimamente adormeceu
Junto áquele penedo... E a linda Noite
Com sua trança esparsa pelo ceu,
Ia fugindo ao Sol apaixonado...