VIII


MARÁNOS E O OUTOMNO




Vagueava, pela Serra, o frio Outomno,
Ermo vulto de sombra e de humidade.
Seu hálito de brisa embaciava
O límpido cristal da claridade,
A transparência rôxa da Distancia
E a propria côr, irmã da Primavera,
Que as chimericas formas ilusorias
Reveste de ilusão e de chimera.


O Outomno vagueava pela Serra,
Neblinas agoirando, a neve, a chuva;
E atraz de si deixava, sobre a terra,
Pegadas de tristeza e de penumbra.
O Outomno andava errante ... as andorinhas
Iam fugindo e a luz enfraquecendo...
E os ribeiros mais límpidos se tornam,
Conforme os dias vão arrefecendo.
E mesmo o nosso espirito parece
Ganhar em claridade e concentrar-se,
Quando o nevoeiro os ares escurece
E povôa de espectros a Paisagem.


O Outomno andava errante, dando ás cousas

Espiritual figura e destruindo