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relativo na vida dos dous protogonistas d'este livro, que são a realidade de muitas realidades fatais.

O homem dispunha de faculdades de inteligencia, de actividade e emoção. Mas todas elas incompletas e mal dirigidas. A' inteligencia faltava a subtileza, a intuição inspiradora, a elevação que se convertesse em força superior, creadora, para realizar o conforto material e espiritual.

A' actividade faltava a perspicacia, a rapidez de visão, o senso organizador e administrativo para que ao labor correspondesse o exito. Produzia, é certo. Mas, o contraste d'esse esforço, destruía o mesmo esforço.

A' emoção faltava o cultivo. Existia latente. Manifestava-se em contrastes singulares. A leitura de um episodio narrado n'um jornal, em frases emocionantes, que relatasse um martirologio de mulher semelhante ao que a doença do egoismo-habito provocava, teria humedecido os olhos de piedade. Mas esse martirologio que ali perto se diluía em lagrimas, talvez causasse sómente maior e mais dolorosa irritação. Porque essas lagrimas representavam a muda censura ao amor proprio cronico que se sustenta