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tancia de seculos na alma da mulher, na alma dos poetas, na alma de todos os baptizados pelo privilegio da bondade e da emoção para explorarem o filão da verdade.

Como o doce murmurio de uma limpida nascente que se depara á sêde re- queimante do viajeiro errante e solitario, assim o eco sonoro d'essa voz nos enleva como uma sinfonia de esperança que irradia acima da chamejante fuzilaria das infernais invenções de guerra. E' ela, essa esperança, que cristaliza em fé, em emoção, cantando na lira dos poetas em versos que faz bem repetir e imortalizar, divinizando poetas como Gomes Leal:

«Ó suaves mulheres que ides cantando
Através das searas e das vinhas,
Vinde ouvir uma historia em verso brando
Que hei-de ensinar a lêr ás andorinhas.»