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¡Como tudo aquilo era lugubre, som- brio, e fazia tiritar de intima e disfarçada tristeza a alma sonhadora e infantilissima da noiva da desdita! Porque tão sombrio era aquele aparato, como é densa a treva do obscurantismo, conservando habitos que fazem procurar a sombra da noite para esconder a realização de um acto que devia celebrar-se em pleno dia, em plena aleluia da natureza, que indica na sua harmoniosa criação, a união dos sexos como perpetuação da vida e do amor, base eterna da felicidade e da existencia.

 

E' certo que não era o verdadeiro amor que ligava aquelas duas existencias. Da parte do homem existia o momentaneo efeito de uma galvanização material que o atraía para um corpo moço e gracil. Do lado da mulher dava-se um con- junto de circunstancias bem longe do amor que corresponde á atracção simultanea de corpo e alma, sem a qual nenhuma ligação pode ser feliz. E foi assim que uma criança sensivel e inexperiente, entrou na grave situação conjugal.

¿Que preparação levava para tão dificil missão, que garantisse felicidade? Ne-