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Não defendo pessoas nem paixões. Defendo sentimentos e princípios.

Ora, fixando os olhos nos tormentos e inclemências porque estão passando os dois protagonistas principais do drama, com certeza as mulheres, taradas pelas consequências da poligamia, da educação ou do meio ambiente, terão no caso uma tremenda lição.

E depois, nem todos os chauffeurs estão no caso dêste, nem todas as mulheres são esta especial organisação. Assim como nem toda a flora são rosas, nem todos os minerais são diamantes.

Tambem de vez em quando se desprendem da órbita celeste os metéores que servem de estudo aos astrólogos. E assim, no girar dos destinos humanos, há creaturas que já trouxeram igualmente da orbe planetária o seu karma ligado à existência presente e futura.

Essa lei resiste a todos os decretos humanos com uma força que escapa á vontade dos sêres, e que põe na boca de uma mulher enérgica estas expressões: — « Não há manicómios, não há cadeias, não há leis, não há homens que nos separem; porque, quanto mais imaginam fazê-lo, mais nos aproximam.

« Quando dois entes sofrem um pelo outro o que nós temos sofrido, apenas a morte tem esse poder, e para isso é necessário, ainda que para álêm da morte nada exista[1] ». Assim creio que restará apenas aos homens o direito de desejar que o destino absolva ou castigue as vitimas da própria fragilidade.

 

<references>

  1. Pagina 234 do livro « Doida Não! »