social. E julgando o homem de que o destino quiz fazer o seu companheiro de infurtúnio na dura expiação de um crime de amôr, fiz por elevá-lo conscienciosamente á altura dos meritos que destinguem a mulher virtuosa da mulher frágil.
Mas se justifiquei o facto; se expliquei a sua origem, se o atenuei nos limites máximos da minha consciência para resgatá-la da malevolência do mundo, salvaguardando as virtudes meritórias da bondade, da inteligência que teem sido aureola de simpatias na vida de V. Ex.a não devo nem posso abdicar de outros principios porque se regem os costumes da sociedade actual. Se assim não procedesse, prejudicaria a imparcialidade e a justeza das apreciações. E destruiria a efeito da defeza, se não entrasse tambem no campo da acusação.
Porque se as culpas de V. Ex.a se revestem de sólidas atenuantes, nem por isso deixam de ser culpa. É V. Ex.a a primeira a reconhecê-la confessando-se responsavel pelas lágrimas, pelas atribulações e prejuizos a que tem arrastado a estonteadera culpa de uma paixão. É nobre essa confissão. Mas será nobilissima se fôr consagrada pelo arrependimento. A bondade, o dever e sacrificio, serão a divisa dêsse nobilitante arrependimento.
Disse De Tocquebille, um célebre francez: « Nada ha no mundo que valha a pena serão o cumprimento do dever. Cada vez me convenço mais de que a felicidade consiste no cumprimento dêsse dever, e que só êste é legitimo e real. Porque a única coisa neste mundo que merece nos esforcemos por alcançá-la, é o bem do género humano. »
Saiu fóra dos deveres impostos pelas leis sociais de hoje, o acto de V. Ex.a. Causou dôres e sobressaltos, desdita,