horas de folga
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– Diz-se o rei dos animais,
Quer ser rival do leão!…
Pensa o rei da juba negra:
Qual tem pior coração?

O crú, que me mata a fémea,
Que deu meus filhos á morte,
Que, se me não mata a mim
E’ porque eu sou o mais forte.

Pôs-se á espreita, vingativo,
Na fúria de se pagar.
O corcel, que já vem perto,
Rincha e não quer avançar.

Então o féro animal,
No auge da indignação,
Ergue a voz que, na caverna,
Ribomba como um trovão.

Salta sobre o cavaleiro,
Rebola com êle ao chão.
Sente o homem que é pequeno
Entre as garras do leão.

E emquanto o cavalo, ao longe,
Foge em veloz galopar,
Grita, morrendo, o cristão
Na febre de se julgar: