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horas de folga

– Não existem fadas, minha tonta! retorquiu-lhe a mãe.

– Então oiça.

E contou-lhe o sonho que tivera, acabando por perguntar:

– ¿Que queria ela dizer com isto, mãezinha?

– Queria dizer: primeiro, que nunca, para obter uma cousa mais depressa, faças qualquer acto menos bom. Não é nunca por maus caminhos que se chega ao bem. E que não são os homens que se devem imitar, porque raras vezes o seu exemplo é bom, mas Jesus.

E a mãe, ajudando Nini a vestir-se, concluiu:

– Escreve o teu sonho, minha filha. É o melhor meio de o não esqueceres. Tenho esperança de que, se te compenetrares bem da sua significação, serás feliz sobre a terra.

E depois dum momento de silêncio, perguntou-lhe:

– ¿Olha… a Fada era bonita?

– Muito! Parecia mesmo uma mãe!

E ambas se abraçaram, rindo da comparação.