Susana prometeu-lhe ir a casa dêle para ver o jôgo que o pai lhe fizera e os seus aumentos, e os meninos que lá estavam, quando fôram para casa, pediram aos pais cartão forte e talharam um jôgo para si. O mesmo podem fazer os meus pequenos leitores. Mas voltemos a Paulo: de volta a casa, com seu pai, dizia-lhe:
– Hoje, sim! Ficaram todos êles com cara de parvos.
– Ora dize-me lá, perguntava-lhe o pai em tom amigavel: ¿valeu ou não valeu a pena estudar umas noites?
– Isso valeu. Fiz um figurão. Não precisei de ler nada. Eu sabia tudo aquilo.
– Já vês que o estudo tem as suas compensações, disse o pai abraçando-o afectuosamente.
Susana, ao deitar-se no seu pequenino leito, acolchoado de seda côr de rosa, contava á mãe as peripécias do jôgo e terminava assim:
– ¿Lembra-se da triste figura que o Paulo fez no dia dos meus anos, mãezinha?
– Lembro. Não admira: êle sempre foi muito pouco estudioso…
– Pois olhe que hoje soube mais do que todos nós. Fiquei espantada. E’ preciso fazer-lhe justiça.