Estêvão abraçou o pai e entrou em casa confortado.
Quando, passado um ano, voltou pela primeira vez á terra, vinha um janota. Falava á moda da cidade e não conhecia vida melhor, dizia êle, do que aquela que dá constantemente ao homem a noção da sua força e dos seus deveres.
Ao serão, pegando na guitarra que trouxera para mostrar as suas habilidades musicais á família, cantou:
Tenho orgulho em ser soldado
Sempre pronto a batalhar.
¿Quem não dá seu sangue á pátria,
Se ela tudo lhe ha de dar?
Vá, portuguêses, um brado
Que ressoe de val em val:
Viva a nação mais heróica!
Viva! Viva Portugal!
A família olhava-o enlevada e estática, mas, quando êle acabou o último verso, todos gritaram com entusiasmo frenético:
– Viva Portugal!
E o pai do soldado, limpando comovido os olhos á manga do jaleco, murmurou:
– Eu bem dizia que ou eu não era Timóteo ou o meu filho havia de ser um sincero patriota.