de cinco mil réis; mas permitta-me que não a vá buscar a sua casa. É uma especie de orgulho... Agora, adeus; vejo que está impaciente.

— Adeus!

— E obrigado. Deixa-me agradecer-lhe de mais perto?

E dizendo isto abraçou-me com tal impeto, que eu não pude evital-o. Separamo-nos finalmente, eu a passo largo, com a camisa amarrotada do abraço, enfadado e triste. Já não dominava em mim a parte sympathica da sensação, mas a outra. Quizera ver-lhe a miseria digna. Comtudo, não pude deixar de comparar outra vez o homem de agora com o de outr’ora, entristecer-me, e encarar o abysmo que separa as esperanças de um tempo da realidade de outro tempo...

— Ora adeus! Vamos jantar, disse commigo.

Metto a mão no collete e não acho o relogio. Ultima desillusão! o Borba furtára-m’o no abraço.